Não eu não vou pra viagem.Não foi nenhum motivo financeiro,pois a tempos eu economizo para situações especiais,não é por contrariedade da família,pois tudo que resolvo fazer recebo muito apoio deles,não é por inimizade nem pelo lugar.
Não vou por que tenho medo.Tenho medo das denuncias minuciosas que o dia-a-dia e a convivência fazem.Medo de ver meus pequenos defeitos se tornarem brigas homéricas e os grandes defeitos se tornarem irreversíveis catástrofes,medo de ver meus pontos fracos serem pintados de branco e vermelho seguido de pontuações;medo de ter que sorrir,medo de não ser vista de perto como sou admirada de longe.É certo que não mudarei de posição só o que vai mudar é o ângulo de quem olha.Viagem com a faculdade ,exibindo toda sua intimidade,tendo total falta de privacidade,muita convivência muita verdade.
` Daí me perguntaram sobre o casamento; e eu respondo mesmo,digo que deve ser sentido com toda intensidade,como se fosse para a eternidade,convivido com toda superficialidade como se fosse acabar no outro dia.Pois como diz Fernando Pessoa antes de serem dois foram um e cada um por sua vez carrega o pânico de um close,caso contrário a solidão não existiria,e se existisse não seria tão temida e tão desejada..
Olhar de perto embaraça,olhar de perto ofusca,olhar de perto cega olhar de perto inibe.tenho sim medo de um close.mas quem não tem consigo um lado frágil,um lado romântico,um lado frio,um lado maluco,um lado inseguro,um lado carente,um lado lascivo,um lado doente.Se afinal,imperfeito é aquele que foi de longe ou de relance olhado,visto de perto demais todo ele deve ser aniquilado.
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